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Arquitetos: Christophe Hutin architecture, Frédéric Druot, Lacaton & Vassal
- Área: 23500 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Philippe Ruault
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este é um projeto de requalificação de três edifícios modernistas de habitação social da cidade de Bordeaux, na França. Construído no início dos anos sessenta, o 'Cité du Grand Parc' é um distrito modernista com mais de quatro mil unidades habitacionais populares. Os edifícios objeto deste projeto de reforma (G, H e I), são estruturas de dez à quinze pavimentos as quais reúnem um total de mais de quinhentas unidades. Depois de algumas batalhas jurídicas devido o péssimo estado de manutenção destes edifícios, o município por fim decidiu empreender um extenso projeto de reforma e requalificação de suas estruturas modernistas. Devido a sua localização privilegiada, estas estruturas possuem um enorme potencial para resgatar a autoestima do bairro e de seus moradores.
O amplo projeto de reforma, liderado por uma vasta equipe de arquitetos, foi um cuidadoso processo de restauro e revalorização das principais características do projeto original. Além do minucioso projeto de recuperação da estrutura existente, foram criados uma série de jardins de inverno assim como uma nova faixa de varandas junto às fachadas principais dos edifícios, ampliando a área útil das unidades além de valorizar as vistas e a iluminação natural no interior dos apartamentos.
Desde o 'Cité du Grand Parc', a vista panorâmica para o skyline da cidade de Bordeaux impressiona. O distrito modernista usufrui de uma localização privilegiada, situação que poucos arranha-céus modernos da cidade de Bordeaux podem se vangloriar. Os edifícios renovados do grande parque da cidade oferecem uma alternativa aos moradores de Bordeaux, generosa, econômica e sustentável. A reforma foi realizada com um orçamento bastante enxuto, isso porque foram feitas poucas intervenções consideráveis sobre a estrutura existente. Essa abordagem permitiu que os arquitetos se concentrassem mais em questões que pudessem de fato contribuir para uma melhoria dos espaços interiores, como a ampliação da área útil e a instalação de janelas maiores por exemplo.
Essas extensões não só ampliam o espaço útil dos apartamentos mas também permitem uma melhor organização de um layout até então muito compacto e engessado. Os apartamentos agora se abrem para amplos jardins e varandas de inverno, oferecendo um agradável espaços privativo ao ar livre, amplos e generosos. As pequenas aberturas existentes foram substituídas por grandes portas de vidro de correr, as quais permitem integrar os espaços interiores e exteriores dos apartamentos.
As unidades foram remodeladas, os banheiros reformados e os edifícios ganharam até uma nova instalação elétrica. Os elevadores também foram substituídos por equipamentos maiores e mais modernos. No térreo, o hall de acesso foi reconfigurado, transformando-se em estruturas mais abertas e convidativas enquanto que os jardins entre os blocos receberam um novo projeto de paisagismo. O desempenho energético do edifício como um todo também foi aprimorado, principalmente pela adição das varandas e um novo sistema de isolamento térmico de fachada.
Historicamente, edifícios modernistas de habitação social costumam ser duramente criticados. Este projeto apresenta um contra argumento: um exemplo de que é possível transformar estas estruturas gastando muito pouco. Apartamentos generosos, agradáveis e com bom desempenho energético. O patrimônio modernista pode ser uma solução para os problemas habitacionais que enfrentamos nos dias de hoje, tipologias que proporcionam qualidade de vida, conforto e o que é mais importante, acesso à cidade e as oportunidades inerentes ao espaço urbano.